segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Rememorando a Reforma




Rev. Alderi S. Matos



30.10.2009 12:43

Dentro de oito anos será comemorado o 500º aniversário da Reforma do Século 16. Com tantas mudanças que o mundo experimentou nestes últimos cinco séculos, seria o caso de nos perguntarmos: Terá ainda razão de ser o nosso movimento? Justifica-se ainda o protestantismo?

A realidade nos mostra que, passados tantos anos, as verdades fundamentais e solenes redescobertas pelos reformadores continuam sendo desprezadas, tanto fora quanto dentro do movimento evangélico. Podemos exemplificar isso com um dos grandes princípios acentuados pela Reforma: “Solo Christo” ou a plena centralidade e exclusividade de Cristo como único e suficiente Salvador, o único mediador entre Deus e a humanidade.



A igreja contra a qual se insurgiram os reformadores continua hoje, quase meio milênio mais tarde, a negar a Cristo o lugar de honra e exclusividade na fé, no culto e na devoção dos seus fiéis. Por causa da ênfase antibíblica no culto a Maria e aos santos, Jesus Cristo ocupa um lugar inteiramente secundário na vida e devoção de milhões de brasileiros que se dizem cristãos.



Mas as antigas verdades essenciais recuperadas pelos reformadores também têm sido ignoradas dentro das igrejas evangélicas. Se os reformadores voltassem à terra hoje, ficariam chocados com certas doutrinas e práticas correntes entre os evangélicos e com a sua falta de entusiasmo pelas importantes convicções redescobertas no século 16.



Essas razões já são suficientes para justificar a atual relevância e necessidade da obra restauradora realizada pelos pioneiros da Reforma. Um aspecto interessante desses pioneiros é o fato de que eles, embora compartilhassem os mesmos princípios, tiveram diferentes experiências, que os levaram também a diferentes ênfases nos princípios que defenderam.



Gostaríamos de ilustrar três desses princípios através da experiência de três grupos reformados, tomando como ponto de partida os capítulos iniciais da primeira carta de Pedro. Nessa carta, o apóstolo lembra aos cristãos da Ásia Menor os fatos centrais da sua fé (1.3-12) e suas implicações para a vida (1.13-17). Em seguida, ele fala sobre as conseqüências disso para a sua identidade como grupo, como povo de Deus (1.22—2.10). Vemos nesta última passagem três grandes ênfases da Reforma.



1. Graça e fé

O fundamento da vida cristã é o fato de que somos salvos pela graça de Deus, recebida por meio da fé. Deus nos amou, por isso nos deu seu Filho; crendo nesse amor e nesse Filho, somos salvos. Essa é uma das ênfases mais importantes do capítulo inicial de 1 Pedro, especialmente nos versos 18-21, mas também em vários outros versículos. Esse ponto reúne três grandes princípios esposados pelos reformadores: solo Christo, sola gratia e sola fides. Embora não encontremos aqui uma referência explicita à justificação pela fé como nas cartas aos Romanos e aos Gálatas, ela é pressuposta em todo o contexto.



O reformador que teve uma experiência pessoal e profunda dessas verdades foi Martinho Lutero. Inicialmente, seu pai desejou que ele seguisse a carreira jurídica. Um dia, ao escapar por pouco da morte, fez um voto a “Santa Ana” de que entraria para a vida religiosa. Ingressou em um mosteiro agostiniano e pôs-se a lutar pela sua salvação, sem alcançara a paz interior que tanto almejava. Até que, ao estudar a Epístola aos Romanos, deparou-se como a promessa de que “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Teve uma nova visão de Deus e da salvação. Esta já não era o alvo da vida, mas o seu fundamento. Essa nova convicção o levou a questionar a teologia medieval e a iniciar o movimento da Reforma.



Isso nos mostra a importância de uma vida de fé, na plena dependência da graça de Deus, mas também de uma vida de compromisso, que se manifesta na forma de frutos que honram a Deus.



2. A Palavra de Deus

A seção seguinte de 1 Pedro contém outra ênfase importante dos reformadores: a centralidade da Palavra de Deus (1.23-25). A Palavra de Deus é a mensagem que nos fala da graça de Deus e da redenção realizada por Cristo, e nos convida a crer nesse amor. Essencialmente, é o “evangelho” (verso 12), também descrito como a “verdade” (verso 22). Essa palavra ou evangelho é viva, permanente e eficaz porque é a própria “Palavra do Senhor”.



Se o item anterior nos faz pensar em Lutero, este nos lembra de modo especial João Calvino. Calvino não teve uma experiência dramática de conversão como Lutero. Sua experiência foi profunda, mas sem grandes lutas interiores. Ele mesmo pouco escreveu sobre o assunto, dizendo apenas que teve uma conversão repentina (“conversio subita”). Mas desde o início esse reformador foi tomado por uma forte convicção acerca da majestade de Deus e da importância da sua palavra. Calvino foi, dentre todos os reformadores, aquele que mais energias dedicou a estudo e à exposição sistemática das Escrituras – nas Institutas, nos seus comentários bíblicos, em suas preleções e em seus sermões.



Nos seus escritos, Calvino insiste na suprema autoridade das Escrituras em matéria de fé e vida cristã (“sola Scriptura”). Essa autoridade decorre do fato de que Deus mesmo nos fala na sua Palavra. Ele faz uma distinção interessante entre Escritura e Palavra de Deus, ao dizer que é somente através da atuação do Espírito Santo que a Escritura é reconhecida pelo pecador como a Palavra de Deus viva e eficaz.



Esse ponto nos mostra a necessidade de obediência à Palavra do Senhor para vivermos uma vida cristã genuína e frutífera.



3. Sacerdócio real

Finalmente, Pedro fala da grande dimensão comunitária da nossa fé. Unidos a Cristo e alimentados por sua Palavra (2.2-4), somos chamados a viver como edifício de Deus e como povo de Deus (2.5, 9). Nas duas referências, os cristãos são descritos como sacerdócio: “sacerdócio santo” e “sacerdócio real”. A conclusão é óbvia: todo cristão é um sacerdote. Não existe mais a distinção entre sacerdotes e “leigos” que havia no Antigo Testamento, mas agora todos têm acesso livre e direto acesso à presença de Deus, por meio de Cristo. Esse sacerdócio deve ser exercido principalmente em duas áreas: no culto e na proclamação. Todos os crentes podem e devem oferecer “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (v. 5); todos os cristãos devem proclamar as virtudes daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (v. 9).



Os que conhecem alguma coisa sobre a Reforma reconhecem facilmente aqui o princípio do “sacerdócio universal dos fiéis”. Um grupo reformado que ilustra muito bem essa verdade foram os anabatistas. Todos os protestantes valorizaram o sacerdócio universal, mas ele foi especialmente importante para esse grupo incompreendido e horrivelmente perseguido que insistia que a igreja devia ser uma associação voluntária de crentes, inteiramente separada do Estado e caracterizada pela mais plena igualdade e solidariedade entre todos. Uma bela aplicação do ensino de que todo cristão é um sacerdote de Deus.



Esse aspecto nos mostra a importância da comunhão cristã no corpo de Cristo. Como dizia a placa de uma igreja nos Estados Unidos: “Pastor: reverendo tal; ministros: todos os membros”.



Conclusão

A Reforma do Século 16 foi, mais que uma simples reforma, uma obra de restauração. Restauração de antigas verdades que haviam sido esquecidas ou obscurecidas ao longo dos séculos, e agora foram recuperadas. Essa obra deve continuar em cada geração, seguindo um lema dos reformadores: Ecclesia reformata, semper reformanda (Igreja reformada, sempre se reformando).



Louvemos a Deus e honremos a memória dos nossos predecessores na fé resgatando esses valores e vivendo de acordo com os mesmos nos dias atuais. Tornemos nossa fé relevante para os nossos contemporâneos, sem fazer concessões que comprometam a pureza do evangelho de Cristo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Culto em Ação de Graças



A Congregação Presbiteriana de Cachoeira encontra-se na zona rural do município de São Domingos de Pombal à 40 km da cidade de Pombal e 20 Km de Sousa aproximadamente. Trata-se de uma igreja vibrante!. Quem a visita percebe de imediato a alegria da salvação estampada no rosto de cada membro. Lidera à congregação o Presbitero Raimundo Drumond e sua esposa a Missionária Wilza.
Estive lá pessoalmente e pude ver uma congregação dinâmica e hospitaleira. Tanto que agora se prepara para receber o Congresso de Federação de Safs do POPB. Por conta disto, uma campanha está sendo feita para construção da cozinha da igreja.
Caso, algum irmão queira participar desse projeto, favor entrar em contacto com o Presbítero Raimundo Drumond.

sábado, 3 de outubro de 2009

Arrependimento

A Necessidade de Arrependimento

J. C. Ryle


Ryle serviu por quase 40 anos como ministro do Evangelho. Foi um escritor prolífico, um pregador vigoroso e um pastor fiel. Muitas de suas obras têm sido reeditadas e servido como fonte de instrução e consolo para o povo de Deus. A Editora Fiel publicou algumas de suas obras em português: o clássico “Santidade”; “Uma palavra aos moços”; “Fé genuína” e os quatro volumes de meditações nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.

"Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis" (Lucas 13.3).


À primeira vista, este versículo parece rude e severo. Posso imaginar alguns dizendo: "Isto é o evangelho? Estas são as boas notícias? São as boas novas sobre as quais falam os pastores? É um discurso árduo, quem o pode suportar?" (cf. Jo 6.60).

No entanto, de quem eram os lábios que proferiram estas palavras? Elas vieram dos lábios dAquele que nos ama com um amor que excede todo entendimento, o próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus. Foram ditas por Aquele que nos amou tanto, que deixou o céu, desceu à terra, viveu de modo pobre e humilde durante 33 anos, por nossa causa; foi à cruz, morreu e foi sepultado por nossos pecados. As palavras que vieram de lábios como esses têm de ser, com certeza, palavras de amor.

Afinal de contas, há maior prova de amor do que avisar um amigo quanto ao perigo vindouro? O pai que vê seu filho caminhando em direção à beira de um precipício e, quando o vê, grita fortemente: "Pare, pare!", não é um pai que ama o filho? A mãe carinhosa que vê sua criança a ponto de ingerir algo venenoso e clama intensamente: "Pare, pare! Largue isso!", não é uma mãe que ama o filho? É a indiferença que deixa as pessoas sozinhas e permite que continuem seguindo o seu caminho. O amor, amor compassivo, adverte e ergue o clamor de alerta. O grito de "Fogo! Fogo!", à meia-noite, pode, às vezes, arrancar uma pessoa de seu sono - de modo rude, desagradável, severo. Mas, quem reclamaria se tal grito fosse o meio de salvar a vida daquela pessoa? As palavras "se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis" podem, à primeira vista, parecer severas e rudes. Contudo, são palavras de amor e podem ser o meio de livrar do inferno almas preciosas.

Consideremos agora a necessidade de arrependimento. Por que o arrependimento é necessário? O versículo citado no início deste artigo mostra claramente a necessidade de arrependimento. As palavras de nosso Senhor Jesus Cristo são claras, enfáticas e distintas: "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis". Todos, todos, sem exceção, necessitam de arrependimento para com Deus. O arrependimento não é necessário somente para bêbados, ladrões, assassinos, adúlteros, fornicadores e encarcerados. Não. Todos os nascidos da descendência de Adão - todos, sem exceção - precisam de arrependimento para com Deus. A rainha no trono, o pobre que trabalha em seu ofício, o rico em sua sala de visitas, a empregada na cozinha, o professor de ciências na universidade, o jovem pobre e ignorante que trabalha no arado - todos precisam, por natureza, de arrependimento. Todos são nascidos em pecado; todos necessitam arrepender-se e converter-se, se desejam ser salvos. Todos precisam ter seu coração mudado quanto ao pecado. Todos têm de se arrepender e crer no evangelho. "Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus" (Mt 18.3). "Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis."

O que torna necessário o arrependimento? Por que Deus usa uma linguagem tremendamente forte a respeito desta necessidade? Por que o arrependimento é necessário?

(a) Primeiramente, sem arrependimento não há perdão dos pecados. Ao dizer isso, tenho de guardar-me de mal-entendido. Peço-lhe enfaticamente que não me entenda erroneamente: lágrimas de arrependimento não removem pecados. Dizer que elas o fazem é teologia errada. Remover pecados é uma competência e uma obra exclusiva do sangue de Cristo. A contrição não produz qualquer expiação de pecado. Dizer que ela o faz é teologia pervertida. Nossa melhor contrição tem defeitos suficientes para nos lançar no inferno. "Somos reputados justos diante de Deus somente por causa de nosso Senhor Jesus Cristo, pela fé, e não por nossas obras ou merecimentos",1 não por nosso arrependimento, santidade, caridade aos pobres ou qualquer coisa desse tipo. Tudo isso é verdade. Contudo, não é menos verdade que a pessoa justificada sempre se arrepende e que um pecador perdoado sempre será uma pessoa que lamenta e abomina seus pecados.

Em Cristo, Deus está disposto a receber homens rebeldes e dar-lhes paz, se vierem a Ele, em nome de Cristo, não importando quão ímpios tenham sido. Contudo, Deus exige, com justiça, que o rebelde deponha suas armas. O Senhor Jesus Cristo está disposto a ter compaixão, perdoar, dar alívio, purificar, lavar, santificar e preparar para o céu. Todavia, Ele deseja ver o homem odiando os pecados para os quais deseja obter perdão. Se quiserem, alguns homens podem chamar isso de "legalidade". Se lhes agrada, que o chamem de "servidão". Eu fico ao lado das Escrituras. O testemunho da Palavra de Deus é claro, inconfundível. Pessoas justificadas sempre são pessoas penitentes. Sem arrependimento, não há perdão de pecados.

b) Em segundo, sem arrependimento não há felicidade nesta vida. Existem coisas como exultação, entusiasmo, sorrisos e contentamento, enquanto as pessoas desfrutam de boa saúde e têm dinheiro no bolso. Mas essas coisas não são a felicidade inabalável. Há uma consciência em todos os homens; e essa consciência tem de ser satisfeita. Portanto, enquanto a consciência sente que ainda não houve arrependimento do pecado e que este não foi perdoado, ela não terá quietude e não permitirá que a pessoa fique tranqüila em seu íntimo...

c) Em terceiro, sem arrependimento não pode haver adequação para o céu, no mundo por vir. O céu é um lugar preparado, e aqueles que vão ao céu têm de ser um povo preparado. Nosso coração tem de estar em harmonia com as disposições do céu, pois, do contrário, o céu nos será um lugar infeliz. Nossa mente tem de estar em harmonia com a mente dos habitantes do céu, pois, do contrário, a comunhão das pessoas do céu nos seria intolerável... O que você faria no céu, se chegasse lá com um coração que ama o pecado? Com qual dos santos você conversaria? Ao lado de quem se assentaria? Com certeza, os anjos de Deus não entoariam música agradável ao coração daquele que não pode suportar os santos na terra e nunca louva o Cordeiro por seu amor redentor! Com certeza, a companhia dos patriarcas, dos apóstolos e dos profetas não seria satisfação para nenhum homem que agora não lê a sua Bíblia e não se interessa em saber o que os apóstolos e os profetas escreveram. Oh! não! Não! Não haveria felicidade no céu, se chegássemos ali com um coração impenitente...

Rogo-lhe, pelas misericórdias de Deus, que guarde no coração as coisas que acabei de dizer e pondere-as bem. Você vive em um mundo de engano, imposição e decepção. Não permita que ninguém o engane quanto à necessidade de arrependimento. Oh! que a igreja professa veja, saiba e sinta (mais do que o faz) a necessidade, a absoluta necessidade do verdadeiro arrependimento para com Deus! Há muitas coisas que não são necessárias. Riquezas e saúde são desnecessárias. Roupas finas não são necessárias. Amigos nobres não são indispensáveis. O favor do mundo é desnecessário. Muitos chegaram ao céu sem essas coisas. Talentos e erudição são dispensáveis. Milhões chegaram ao céu sem essas coisas. Milhares e milhares estão indo ao céu sem elas. Contudo, ninguém chegará ao céu sem o "arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At 20.21).

Não permita que ninguém o convença de que um sistema de doutrina em que o arrependimento para com Deus não tem lugar de grande proeminência merece ser chamado de evangelho. Não há evangelho, se o arrependimento não é um dos principais elementos. Tal evangelho é do homem, e não de Deus. Procede da terra, mas não do céu. Não é evangelho de maneira alguma. É antinomianismo e nada mais. Enquanto você estiver apegado e preso aos seus pecados, você terá os seus pecados, embora fale o quanto quiser sobre o evangelho. Os seus pecados ainda não estão perdoados. Você pode chamar isso de legalismo, se quiser. Pode dizer, se quiser: "Espero que tudo saia bem no final. Deus é misericordioso, Deus é amor, e Cristo morreu. Espero que irei ao céu no final". Não, eu lhe digo. Tudo não sairá bem. Você está errado diante de Deus... Está menosprezando o sangue da expiação. Ainda não tem parte ou herança em Cristo. Enquanto você não se arrepender de seus pecados, o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo não é evangelho para sua alma. Cristo é um Salvador do pecado, e não um Salvador paro o homem no pecado. Se um homem quer continuar em seus pecados, chegará o dia em que o misericordioso Salvador lhe dirá: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41).

Não permita que ninguém o engane, levando-o a supor que pode ser feliz neste mundo, sem arrepender-se. Oh! não!... Quanto mais você viver sem arrepender-se, tanto mais infeliz será o seu coração. Quando a velhice lhe sobrevier, e os cabelos grisalhos lhe encherem a cabeça; quando você for incapaz de ir aonde costumava ir e satisfazer-se no que outrora lhe dava prazer, a sua infelicidade e miséria irromperão como um homem armado... Escreva isto nas tábuas de seu coração: sem arrependimento, não há paz!

Espero ver muitas maravilhas no último dia! Desejo ver à direita do Senhor Jesus Cristo alguns daqueles que antes eu temia vê-los à sua esquerda. Verei à sua esquerda alguns do que eu supunha serem bons cristãos e esperava vê-los à direita. Todavia, há algo que, com certeza, não verei: à sua direita não verei nenhum homem que não se arrependeu.


Extraído de "Arrependimento", no livro Old Paths, reimpresso em inglês por Banner of Truth.

1. Trinta e Nova Artigos da Religião. Artigo XI, "A Justificação do Homem".
Extraído do Site da Editora Fiel

domingo, 20 de setembro de 2009

TEOLOGIA DA MARCHA PARA JESUS




A edição 2006 da “Marcha para Jesus” aconteceu semana passada. Como caiu no feriadão, nosso blog silenciou sobre o tema porque os articulistas, exaustos de suas atividades, saíram para merecido descanso. Um deles, cujo nome só la no fim é que revelarei, saiu de vez para Recife e deve estar na base da água de coco e rede na beira da praia. Mas, aqui vai, meio atrasado, mas vai.

O presente post não analisa o evento propriamente dito, mas as razões e argumentos apresentados para justificar o evento. Para quem já conhece, é uma versão resumida de um artigo que escrevi em 2005 sobre o assunto.

A IDEOLOGIA POR DETRÁS DA MARCHA

Existe uma justificativa teológica elaborada para a Marcha, que procura abonar o evento à luz da Bíblia. Os pontos abaixo foram retirados do site Marcha para Jesus (www.marchaparajesus.com.br, em 12/01/05) e se constituem na “teologia da Marcha”. Aliás, a maior parte deles se encontra exatamente debaixo do tópico “teologia” no site da Marcha. Segue um resumo dos principais argumentos, entre outros, seguidos de um breve comentário.

1. A ordem de “marchar” aparentemente foi dada mediante revelação do Espírito Santo. Diz o site:

A visão inicial da Marcha para Jesus, como qualquer outra ação em que os cristãos empreendem para Deus, está baseado [sic!] no conhecimento e na obediência. Nós acreditamos que Deus diz para nós marcharmos, e esta obediência precede uma revelação. O Espírito Santo de Deus nos conduz em toda a verdade (João 16:13) e a teologia do ato de marcharmos para Jesus emerge quando nós nos engajamos em ouvir o que o Espírito Santo está dizendo para uma Igreja atuante e batalhadora nesta terra.

Comentário: O parágrafo acima não é claro, mas dá a entender que a visão inicial foi mediante uma revelação de Deus, seguida da obediência de quem a recebeu, em cumprir a visão. O parágrafo acima sugere que a visão da Marcha foi dada pelo Espírito Santo. Quando nos lembramos que a denominação organizadora da Marcha tem um “apóstolo” (uso o termo entre aspas, não por qualquer desrespeito a esse líder, mas porque não creio que existam apóstolos hoje à semelhança dos Doze e de Paulo), imagino que “revelações” (uso o termo entre aspas não por desrespeito às práticas dessa denominação, mas porque não creio que existam novas revelações da parte de Deus hoje) devam ser freqüentes.

2. Segundo o site, a Marcha é uma declaração teológica: a Igreja está em movimento e está viva! É o meio pelo qual os cristãos querem ser conhecidos publicamente como discípulos de Jesus.

Comentário: Se esta é a forma bíblica dos cristãos mostrarem que estão vivos e que são seguidores de Jesus, é no mínimo estranho que não encontremos o menor traço de marchas para Jesus no Novo Testamento, ou para Deus no Antigo.

3. A Marcha é entendida como uma celebração semelhante às do Antigo Testamento, possuindo uma qualidade extremamente espontânea e alegre. Participam da Marcha jovens de caras pintadas, cartazes, roupas coloridas e canções vivazes. Isto é visto como uma celebração do amor extravagante de Deus para o mundo.

Comentário: Na minha avaliação, o ponto acima dificilmente pode ser tomado como um argumento bíblico ou teológico para justificar o evento. As “marchas” de Israel no Antigo Testamento, não tinham como alvo evangelizar os povos – ao contrário, eram marchas de guerra, para conquistá-los ou exterminá-los, conforme o próprio Deus mandou naquela época. Fica difícil imaginar os israelitas organizando uma marcha através de Canaã, com os levitas tocando seus instrumentos e dando shows, para ganhar os cananeus para a fé no Deus de Israel!

4. Marchar para Jesus é visto também como um ato profético que dá consciência espiritual às pessoas. Josué mobilizou as pessoas de Israel para marchar ao redor das paredes de Jericó. Jeosafá marchou no deserto entoando louvores a Deus. Quando os cristãos marcham, estão agindo profeticamente, diz o site.

Comentário: Entendo que se trata de um uso errado das Escrituras. Por exemplo: se vamos tomar o texto de Josué como uma ordem para que os cristãos marchem, por que então somente marchar? Por que não tocar trombetas? E por que só marchar uma vez, e não sete ao redor da cidade inteira? E por que não mandar uma arca com as tábuas da lei na frente? E por que não ficar silencioso as seis primeiras vezes e só gritar na sétima?

5. Marchar para Jesus traz uma sensação natural de estar reivindicando o lugar no qual os participantes caminham. Acredita-se que assim libera-se no mundo espiritual a oportunidade desejada por Deus: “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu a darei ...” (Josué 1.3).

Comentário: Será esta uma interpretação correta das Escrituras? Podemos tomar esta promessa de Deus a Josué e ao povo de Israel como sendo uma ordem para que os cristãos de todas as épocas marquem o terreno de Deus através de marchas? Que evangelizem, conquistem, e ganhem povos e nações para Jesus através de marchar no território deles? Que estratégia é esta, que nunca foi revelada antes aos apóstolos, Pais da Igreja, missionários, reformadores, evangelistas, de todas as épocas e terras, e da qual não encontramos o menor traço na Bíblia?

6. A Marcha destrói as fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas das cidades e regiões onde ela acontece, declarando com fé que Jesus Cristo é o Senhor do Brasil.

Comentário: Onde está a fundamentação bíblica para tal? Na verdade, este ponto é baseado em conceitos do movimento de batalha espiritual, especialmente o conceito de espíritos territoriais, e em conceitos da confissão positiva, que afirmam que criamos realidades espirituais pelo poder das nossas declarações e palavras.

7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.

Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.

8. Os defensores da Marcha dizem que pessoas se convertem no evento.

Comentário: Não nos é dito qual é o critério usado para identificar as verdadeiras conversões. Se for levantar a mão ou vir à frente durante os shows e as pregações da Marcha, é um critério bastante questionável. As estatísticas que temos nos dizem que apenas 10% das pessoas que atendem a um apelo em cruzadas de evangelização em massa, como aquelas de Billy Graham, permanecem nas igrejas. Mas, mesmo considerando as conversões reais, ainda não justificaria, pois não raras vezes Deus utiliza meios para converter pessoas, meios estes que não se tornam legítimos somente porque Deus os usou. Por exemplo, o fato de que maridos descrentes se convertem através da esposa crente não quer dizer que Deus aprova o casamento misto e nem que namorar descrentes para convertê-los seja estratégia evangelística adequada.

9. Os defensores dizem ainda que a Marcha promove a unidade entre os cristãos. Em alguns lugares do mundo, a Marcha é concluída com um “pacto” entre as denominações, confissões e indivíduos, exigindo que cada um deles não faça mais discriminação por razões doutrinárias.

Comentário: Sou favorável à unidade entre os verdadeiros cristãos. Mas não a qualquer preço e não qualquer tipo de união. A unidade promovida pela Marcha, sob as condições mencionadas acima, tem o efeito de relegar a doutrina bíblica a uma condição secundária. O resultado é que se deixa de dar atenção à doutrina. Em nome da unidade, abandona-se a exatidão doutrinária. Deixa-se de denunciar os erros doutrinários grosseiros que estão presentes em muitas denominações, erros sobre o ser de Deus, sobre a pessoa de Jesus Cristo, a pessoa e atuação do Espírito, o caminho da salvação pela fé somente, etc. Unidade entre os cristãos é boa e bíblica somente se for em torno da verdade. Jamais devemos sacrificar a verdade em nome de uma pretensa unidade. A unidade que a Marcha mostra ao mundo não corresponde à realidade. Ela acaba escondendo as divisões internas, os rachas doutrinários, as brigas pelo poder e as divisões que existem entre os evangélicos. Se queremos de fato unidade, vamos encarar nossas diferenças de frente e procurar discuti-las e resolve-las em concílios, reuniões, na mesa de discussão – e não marchando.

10. Os defensores da Marcha dizem que ela é uma forma de proclamação do Evangelho ao mundo.

Comentário: A resposta que damos é que a proclamação feita na Marcha vem misturada com apresentações de artistas gospel profissionais, ambiente de folia e danceteria, a ponto de perder-se no meio destas outras coisas. Além do mais, a mensagem proclamada é aquela da denominação organizadora, de linha neo-pentecostal, com a qual naturalmente as igrejas evangélicas históricas não concordariam, pois é influenciada pela teologia da prosperidade e pela batalha espiritual.

É evidente que, analisada de perto, a “teologia da Marcha” não se constitui em teologia propriamente dita. Os argumentos acima não provam que há uma revelação para que se marche, e não justificam a necessidade de os cristãos obedecerem organizando marchas. Não há qualquer justificativa bíblica para que os cristãos façam marchas, nem qualquer sustentação bíblica para a idéia de “dar a Deus a oportunidade” mediante uma marcha, ou ainda de que, marchando e declarando, se conquistam regiões e cidades para Cristo. Se há fundamento bíblico, por que os primeiros cristãos não o fizeram? Por que historicamente a Igreja Cristã nunca fez?

Pelos motivos acima, entendo que os argumentos bíblicos e teológicos apresentados para justificar a Marcha para Jesus não procedem. Nada tenho contra que cristãos organizem uma Marcha para Jesus. Apenas acho que não deveriam procurar justificar bíblica e teologicamente como se fosse um ato de obediência à Palavra de Deus. Neste caso, estão condenando como desobedientes todos os cristãos do passado, que nunca marcharam, e os que, no presente, também não marcham.

Quarta-feira, 21 de Junho de 2006
A Teologia da Marcha para Jesus
Postado por Augustus Nicodemus Lopes às 14:04
Extraído do Blog Tempora Mores

sábado, 5 de setembro de 2009

A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER






A ASSEMBLÉIA DE WESTMINSTER


Alderi Souza de Matos


1. Antecedentes: o rei Carlos I (1625-1649) procurou impor o anglicanismo aos puritanos ingleses e aos presbiterianos escoceses. Porém, estes últimos se rebelaram e enfrentaram com êxito os exércitos reais. Precisando de mais tropas e dinheiro, Carlos viu-se forçado a promover a eleição de um parlamento. Para frustração do rei, os ingleses elegeram um parlamento puritano, que foi prontamente dissolvido. Feita nova eleição, a maioria puritana tornou-se ainda mais expressiva. Diante da recusa do parlamento em ser novamente dissolvido, resultou uma guerra civil.


2. A Assembléia: por setenta e cinco anos os puritanos vinham insistindo para que a Igreja da Inglaterra tivesse uma forma de governo, doutrinas e culto mais puros. Assim, o parlamento convocou a Assembléia de Westminster, composta de 121 dos mais capazes pastores da Inglaterra, 20 membros da Casa dos Comuns e 10 membros da Casa dos Lordes. Todos os 121 teólogos eram ministros da Igreja da Inglaterra e quase todos eram calvinistas. Quanto ao governo da Igreja, a maioria era a favor da forma presbiteriana, muitos desejavam a forma congregacional e uns poucos defendiam a forma episcopal. Essa questão gerou os debates mais longos e acalorados da Assembléia, que se reuniu na Abadia de Westminster, em Londres, a partir de 1º de julho de 1643. Os trabalhos se estenderam por cinco anos e meio, durante os quais houve mais de mil reuniões do plenário e centenas de reuniões de comissões e subcomissões.


3. Os escoceses: tão logo a Assembléia iniciou os seus trabalhos, as forças parlamentares começaram a sofrer reveses na guerra. O parlamento buscou o auxílio da Escócia, que concordou em ajudar sob uma condição – que todos os membros da Assembléia de Westminster e do parlamento assinassem um pacto solene comprometendo-se a manter e defender a Igreja Presbiteriana da Escócia e a reformar a Igreja da Inglaterra e da Irlanda em sua doutrina, governo, culto e disciplina, de acordo com a Palavra de Deus. Isso foi aceito. Os presbiterianos escoceses também puderam enviar representantes à Assembléia de Westminster, quatro pastores e dois presbíteros, que participaram dos trabalhos sem direito a voto. Eles exerceram uma influência desproporcional ao seu número. Logo que chegaram e foi assinado o pacto solene (setembro de 1643), houve uma mudança radical no trabalho da Assembléia. Até então, a idéia era revisar os Trinta e Nove Artigos da Igreja Anglicana. Agora, passou-se a fazer uma reforma completa da Igreja.


4. Os documentos: a Assembléia de Westminster caracterizou-se não somente pela erudição teológica, mas por uma profunda espiritualidade. Gastava-se muito tempo em oração e tudo era feito em um espírito de reverência. Cada documento produzido era encaminhado ao parlamento para aprovação, o que só acontecia após muita discussão e estudo. Os chamados “Padrões Presbiterianos” elaborados pela Assembléia foram os seguintes:


(a) Diretório do Culto Público: concluído em dezembro de 1644 e aprovado pelo parlamento no mês seguinte. Tomou o lugar do Livro de Oração Comum. Também foi preparado o Saltério: uma versão métrica dos Salmos para uso no culto (novembro de 1645).

(b) Forma de Governo Eclesiástico: concluída em 1644 e aprovada pelo parlamento em 1648. Instituiu a forma de governo presbiteriana em lugar da episcopal, com seus bispos e arcebispos.

(c) Confissão de Fé: concluída em dezembro de 1646 e sancionada pelo parlamento em março de 1648.

(d) Catecismo Maior e Breve Catecismo: concluídos no final de 1647 e aprovados pelo parlamento em março de 1648.


5. Conseqüências: com o auxílio dos escoceses, as forças parlamentares derrotaram o rei Carlos I, que foi decapitado em 1649. O comandante vitorioso, Oliver Cromwell, assumiu o governo. Porém, em 1660, Carlos II subiu ao trono e restaurou o episcopado na Igreja da Inglaterra. Teve início uma nova era de perseguições contra os presbiterianos. Na Escócia, a Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana adotou os Padrões de Westminster logo que foram aprovados, deixando de lado os seus próprios documentos de doutrina, liturgia e governo que vinham da época de John Knox. Isso é ainda mais surpreendente diante do fato de que somente quatro pastores escoceses participaram da Assembléia de Westminster (Alexander Henderson, Robert Baillie, George Gillespie e Samuel Rutherford). As razões para isso foram os méritos dos padrões de Westminster e o desejo de maior unidade entre os presbiterianos das Ilhas Britânicas. Da Escócia, esses padrões foram levados para outras partes do mundo.


Referência

Conhecendo mais a Deus Atos 2.24


D.M. Lloyd-Jones

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos [ensino] e na comunhão, no partir do pão e nas orações”

Em Atos 2, para que os cristãos se reuniam? Ali estavam essas pessoas que tinham saído do mundo para se juntar ao grupo de pessoas chamado de discípulos, e eles formaram a primeira igreja, mas para que serve a igreja cristã? O que ela faz? O que ela provê? Pessoas Cristãs reúnem-se para reuniões sociais, danças, rifas, shows dramáticos, conferências políticas, literatura, e sociologia? Não havia nada desse tipo na igreja primitiva. Não é meu objetivo denunciar essas coisas. Mas eu quero deixar claro quão distante elas estão da igreja cristã. Você pode conseguir tudo isso no mundo, e você pode consegui-lo com muito mais qualidade. A igreja Cristã faz papel de boba quando tenta fazer essas coisas – ela as faz muito mal. Se você quer atividades assim, então vá e procure consegui-las profissionalmente organizadas. Mas isso não é a igreja de Cristo. Trata-se de uma caricatura.

Eu não quero defender a cristandade ou defender qualquer seção particular da igreja ou qualquer igreja local em particular. Eu quero apresentar diante de vocês o retrato da igreja do Novo Testamento. Essa é a única igreja que eu reconheço. Aquelas pessoas não vieram para a igreja para fazer coisas como essas. E quando o verdadeiro reavivamento acontece, essas são as primeiras coisas que desaparecem; as pessoas perdem o interesse nelas. Uma igreja que só consegue existir recorrendo a coisas como essas é totalmente diferente da igreja do Novo Testamento.

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos [ensino] e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” – atividades puramente espirituais. E esse é o padrão para a igreja em qualquer tempo.

Portanto, vamos atentar para isto. Primeiro, a doutrina. O ensino dos apóstolos é posto em primeiro lugar nessa lista – é por isso que nós temos que começar por ali, e é muito importante que assim seja, porque hoje há real oposição ao que nós lemos aqui. A primeira coisa que estes cristãos desejaram era mais ensino por parte dos apóstolos. Eles desejaram isso com o todo o seu ser. Antes de avançarmos sequer mais um passo, façamos as nós mesmos uma pergunta simples: Nós desejamos a “doutrina dos apóstolos”? Deus nos conceda que sim.

Este desejo pela “doutrina dos apóstolos” nos diz algo tremendamente importante. Que o Cristianismo não é só uma experiência. Vejam bem, eu tenho enfatizado que é também uma experiência e não somente um ponto de vista intelectual. Quando homens e mulheres tornam-se cristãos, eles sofrem a mudança mais profunda que eles jamais poderiam imaginar; é realmente uma experiência profunda. Mas não é só isso, e eu tenho que enfatizar este ponto porque há outras instituições no mundo que podem dar experiências às pessoas.

Como se pode saber qual é a diferença entre tornar-se um cristão e alguma outra experiência, uma experiência emocional ou uma mudança como o resultado de psicoterapia ou algo do tipo? O ensino produzido pelas seitas pode produzir uma mudança. Adeptos de uma seita falam sobre as suas vidas sendo transformadas. Como, então, pode-se notar a diferença entre uma experiência que é cristã e uma que não é? Há uma só resposta, e esta é a causa da experiência. Cristãos experimentam mudança como resultado de acreditar na verdade sobre Jesus Cristo. Duas pessoas podem dizer, “eu estou muito feliz”. Ambos podem dizer, “eu fazia isso e aquilo, mas não faço mais. Fui liberto de tudo”. Mas isso não quer dizer que ambos são cristãos. Como, então, saberemos qual deles é? O único teste, eu repito, é a fonte da experiência. Como vimos, as pessoas em Atos estavam juntas porque elas tinham tido a mesma experiência. Mas o que nos impressiona imediatamente a respeito delas é que elas tinham tido a mesma experiência porque elas tinham acreditado no mesmo ensino, na mesma mensagem.

Nunca teria havido uma igreja primitiva a não ser por este ensino específico. Por isso somos obrigados a enfatizar que o ensino deve vir primeiro porque foi ele que conduziu às conversões, à transformação. Foi a pregação de Pedro, o seu ensino, a sua doutrina, que uniu essas pessoas. Elas “aceitaram a palavra” e “foram batizados”. E somos informados no verso 44 que “todos os que creram estavam juntos”. No que eles creram? No mesmo ensino.

Doutrina dos Apóstolos: Fundamento da Igreja por D.M.Lloyd-Jones.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Brasil em 1859


Igreja Presbiteriana: 150 anos de história

Caroline Santana Pereira

Arquivo

Rio de Janeiro, 1859

11.08.2009 19:12

12 de agosto de 1859, manhã de sexta-feira: um jovem missionário, de 26 anos, chegava a um país grandioso, imperial, reinado por dom Pedro II.

"É um lugar lindo, o mais singular e radiante que jamais vi (...) estou pronto para desembarcar", relatou Ashbel Green Simonton em seu diário.


Ordenado pastor há poucos meses, ele chegou à capital do império, na época o Rio de Janeiro, vindo de Baltimore, Estados Unidos. Foram quase dois meses de viagem até o início da realização do seu plano de servir a Deus em solo brasileiro.


O belo Brasil, descrito por Simonton, possuía seu lado obscuro. Naquele ano, homens, mulheres e crianças d e pele negra ainda eram obrigados a trabalhar para grandes senhores. O país atravessava uma crise em relação à saúde pública. Doenças como tuberculose (considerada o mal do século 19) e febre amarela causavam transtornos e sérias preocupações, mesmo após a superação de uma epidemia de cólera.


Porém, alguns fatores contribuíram, de certa maneira, para a chegada de Simonton ao Brasil, como o process o de urbanização da cidade do Rio de Janeiro e o anseio por reformas mais profundas na sociedade, fruto dos ideais iluministas da época. Sabe-se que muitos protestantes já haviam pisado em solo brasileiro, contudo, as tentativas foram fracassadas, já que a coroa portuguesa não via com bons olhos a presença de protestantes em sua maior colônia católica.


Em 1859 Simonton encontrou uma terra que já desfrutava de certa liberdade religiosa e aceitava a presença de protestantes em seu solo. À entrada do Rio de Janeiro pôde avistar o Pão de Açúcar e o Corcovado. "Sentiria dificuldade em descrever a emoção que tomou conta de mim ao ver aqueles picos altaneiros dos quais tenho ouvi do falar e lido tantas vezes, os quais me dizem que a viagem terminou e cheguei ao meu novo lar e campo de trabalho”, resumiu o pastor.


Em seu diário, o missionário mal conseguiu descrever suas sensações perante o desejo de desembarcar no Rio de Janeiro. Estava feliz e, ao mesmo tempo, sentia temor perante o tamanho de sua responsabilidade. Apesar de não falar o idioma português, o pastor logo iniciou seus trabalhos e fez seus primeiros contatos com estrangeiros.


Até a data de seu falecimento, em 1867, o missionário presenciou fatos importantes da época, tais como o lançamento do primeiro periódico protestante do Brasil - a Imprensa Evangélica, a organização do Presbitério do Rio de Janeiro, e a criação de um seminário teológico.


De 12 de agosto de 1859 a 12 de agosto de 2009, muito se pode dizer a respeito da IPB. A instituição se expandiu, cresceu e consolidou suas bases no Brasil. Hoje traz à memória sua trajetória de vida e reflete a respeito do tamanho da responsabilidade de expandir o reino de Deus pela propagação do evangelho - a mesma descrita por Simonton há 150 anos - e dar continuidade à missão traçada por seus pioneiros.


Material consultado:
MATOS, Alderi Souza (org). O Diário de Simonton. São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2002
________________________Os pioneiros presbiterianos do Brasil. São Paulo, Editora
Cultura Cristã, 2004

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Utilidade Pública

UTILIDADE PUBLICA - FAVOR DIVULGAR

GRIPE “SUÍNA” , NOVA GRIPE ou H1N1.
PERGUNTAS E RESPOSTAS:
1 . Quanto tempo dura o vírus da gripe “suína” em uma superfície lisa?
R: Até 10 horas.
2. Qual é a utilidade do álcool para limpar as mãos?
R: Torna o vírus inativo e o mata.
3 . Qual é o meio mais eficaz de infecção deste vírus?
R: O ar não é a forma mais eficaz para a transmissão do vírus, o fator mais importante para a fixação do vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos), o vírus não voa e não atinge mais de um metro distância.
4.- É fácil se contagiar em aviões?
R: Não, é um meio pouco propício para contágio.
5 . Como posso evitar o contágio?
R: No levar as mãos ao rosto, olhos, nariz e boca. Não ficar perto de pessoas doentes. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.
6 .- Q: Qual é o período de incubação do vírus?
R: Em média 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase que imediatamente.
7 . Quando se deve começar a tomar medicação?
R: Dentro de 72 horas depois do diagnóstico é muito bom, a melhora é de 100%.
8 . De que forma o vírus entra no corpo?
R: Pelo contato, ao dar as mãos ou beijar na bochecha e pelo nariz, boca e olhos
9 . O vírus é letal?
R: Não, o que provoca a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é pneumonia
10 . Quais os riscos dos familiares de pessoas que morreram?
R: Podem ser portadores e formar uma cadeia de transmissão.
11 .A água nas piscinas transmite o vírus?
R: Não, porque contém químicos e cloro.
12 .O que faz o vírus quando provoca a morte?
R: Uma cascata de reações, tais como insuficiência respiratória; a pneumonia grave é a que causa a morte.
13.Quando se inicia o contágio,antes ou até que os sintomas aparecem?
R: Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.
14 .Qual é a probabilidade de recaída com a mesma doença?
R: 0%, pois a recaída imuniza o vírus da gripe “suina”.
15 .Onde é que se encontra o vírus no ambiente?
R: Quando uma pessoa espirra ou tosse, o vírus pode permanecer nas superfícies lisas, como portas, dinheiro, papéis, documentos, desde que haja umidade. Desde que não se esterilize o ambiente é extremamente recomendável a higiene das mãos.
16 . Se eu for a um hospital particular vão me cobrar pelo remédio?
R: Não, existe um acordo de não cobrar porque o governo está entregando os remédios a todas as instituições de saúde públicas e privadas.
17 . O vírus ataca mais os asmáticos?
R: Sim, os pacientes são mais suscetíveis, mas tratando-se de um novo germe todos nós somos igualmente suscetíveis.
18 .Qual é a população estária que este vírus está atacando?
R: De 20 a 50 anos de idade.
19 . É útil cobrir a boca?
R: Há algumas máscaras de boca de mais qualidade que outras, mas se você for saudável é contraproducente, pois o vírus por seu tamanho atravessa a máscara como se ela não existisse e usando-a cria-se na área do nariz e boca um micro clima úmido propício ao desenvolvimento viral; mas se você já está infectado use-a para NÃO infectar outras pessoas; é relativamente eficiente.
20 . Posso fazer exercício ao ar livre?
R: Sim, o vírus não anda no ar e nem tem asas.
21 . Tomar Vitamina C serve para alguma coisa?
R: Não serve de nada para prevenir o contágio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.
22 . Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?
R: A salvo ninguém está, o que ajuda é a higiene dentro de casa, escritórios, utensílios e evitr ir em locais públicos.
23 . O vírus se move?
R: Não, o vírus não tem asas nem pernas, uma pessoa contaminada o faz entrar no interior do organismo.
24 . Os animais de estimação se contagiam com o vírus?
R: Com este vírus NÃO, provavelmente se contagiam com outro tipo de vírus.
25 . Se eu vou a um velório de alguém que morreu deste vírus posso infectar-me?
R: NÃO.
26. Qual é o risco de mulheres grávidas contrair este vírus?
R: As mulheres grávidas têm o mesmo risco, mas é em dobro, elas podem tomar antivirais em caso de contágio mas com rigorosa supervisão médica.
27 . O feto pode ter lesões se uma mulher grávida estiver contagiada por este vírus?
R: Não sabemos que estragos pode fazer no processo, pois é um vírus novo.
28 . Posso tomar ácido acetilsalicílico (aspirina)?
R: Não é recomendado, pode causar outras doenças, a menos que você já o utiliza por prescrição médica para problemas coronários, nesse caso, continue tomando-o.
29 . Ajuda alguma coisa tomar antivirais antes dos sintomas?
R: Não ajuda em nada.
30 . As pessoas com HIV, diabetes, aids, câncer, etc., podem ter maiores complicações do que uma pessoa saudável quando se contagia com o vírus?
R: Sim.
31 . Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?
R: NÃO.
32 . O que mata o vírus?
R: O sol por mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, o álcool gel.
33 . O que fazem nos hospitais para evitar contágios em outros pacientes que não têm o vírus?
R: O Isolamento.
34 . O álcool gel é eficaz?
R: Sim, muito eficaz.
35 . Se eu sou vacinado contra a gripe da estação estou segura contra este vírus?
R: Não serve para nada, ainda não há vacina para este vírus.
36 . Este vírus está sob controle?
R: Não totalmente, mas as autoridades da saúde estão tomando medidas agressivas de contenção.
37 . O que significa passar do alerta 4 ao alerta 5?
R: A fase 4 faz as coisas diferentes na fase 5; isso significa que o vírus se propagou de pessoa a pessoa em mais de 2 países, e a fase 6 é que se propagou em mais de 3 países .
38 . Quem foi infectado por este vírus e se cura, fica imune?
R: Sim.
39. As crianças com tosse e gripe têm influenza?
R: É pouco provável, as crianças são pouco afetadas.
40 . Quais as medidas que as pessoas que trabalham devem tomar?
R: Lavar as mãos várias vezes ao dia.
41 . Eu posso me contagiar ao ar livre?
R: Se há pessoas infectadas e que tossem ou espirram sim, pode acontecer, mas o ar é um meio de pouco contágio.
42 . Pode-se comer carne de porco?
R: Sim, pode e não há nenhum risco de contágio.
43 . Qual é o fator determinante para saber se o vírus já está controlado?
R: Embora a epidemia esteja controlada agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode retornar e ainda não haverá vacina.
ENVIE A SEUS CONTATOS, PARA QUE TODOS FIQUEM BEM INFORMADOS.
Laboratorio Novartis

sábado, 11 de julho de 2009

Culto em Ação de Graças





No dia 7 de julho de 2009 realizou-se na Igreja Presbiteriana de Sousa culto em ação de graças pelo aniversário da cidade. Na ocasião se fizeram presentes autoridades do município e diversas lideranças evangélicas. Trouxe a mensagem o Rev Moisés Barbosa, pastor efetivo da referida igreja.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

PODEMOS VIVER O CÉU POR ANTECIPAÇÃO?


Sobre o evangelho da prosperidade
Infelizmente esse é o tipo de evangelho que fala as aspirações do homem decaído. Desde que o ser humano perdeu a sua justiça original ele não consegue mais entender as coisas de Deus. O Evangelho de Cristo demonstra que a tragédia da miséria humana é conseqüência do pecado. Embora, o genuíno evangelho prometa restauração, todavia, isso não se dará por completo aqui na terra, tanto, que Jesus prometeu aos seus seguidores aflições. Ele disse que seus discípulos seriam odiados e perseguidos por causa do evangelho (Mt.5.10,11 e Jo 15.18). Então, a prosperidade ainda não se consumará neste mundo. Essa verdade se confirma pelas Escrituras, pois, o apóstolo Paulo diz: “ Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (I Co 15.19). A bíblia fala de um lugar chamado “CÉU”, ela diz que devemos pensar nas coisas que são de lá (Cl. 3.1) e que devemos juntar nossos tesouros nesse lugar e não aqui na terra ( Mt. 6.19). Na carta aos Filipenses Paulo fala de modo muito categórico “Pois a nossa pátria está nos céus...” (Fp. 3.20). Todavia, o grande problema dessa teologia moderna da prosperidade é que se prega justamente o contrário, ou seja, o “CÉU” é aqui, nossas maiores aspirações devem ser as daqui e os melhores tesouros são ajuntados nesta terra. Desse modo os proponentes da prosperidade estão prometendo a solução de todos os problemas de saúde e finanças, cria-se uma esperança terrena, sem deixar mais nenhuma necessidade de se pensar no céu. Com absoluta certeza essa teologia é espúria, não é uma teologia apostólica, nunca foi ensinada em lugar algum dos evangelhos. Basta ler a vida do próprio Cristo onde ele diz: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Lc 9.58). Qual era a prosperidade financeira do Senhor Jesus e da sua família? Jesus foi um homem pobre, não nasceu em berço de ouro, mas, numa estrebaria. Qual era a riqueza de Paulo, se na pregação do evangelho até fome passou? As suas palavras são muito claras: “Digo isto , não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez (Fp. 4.11-12).
Conquanto, nossa prosperidade definitiva esteja no céu, podemos afirmar que o céu se inicia aqui numa perspectiva diferente do evangelho da prosperidade, pois, ele se inicia na perspectiva da paz com Deus com diz um de nossos velhos hinos: “Depois que Cristo me salvou, em céu o mundo se tornou; até no meio do sofrer eu tenho paz no meu viver” (HNC 102). Nossa prosperidade começa com o que há de mais importante: “Paz com Deus”. Isso significa que temos comunhão com Ele, não somos mais seus inimigos. Essa verdade é a boa notícia para os pecadores e fonte de toda nossa consolação numa terra que foi gravemente atingida pelo pecado. Deus em Cristo inicia a verdadeira prosperidade com a obra da expiação. Cristo assim nos dá a paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo” (Jo 14.27). Recebemos gratuitamente a justiça de Deus em nossas vidas mediante a qual temos paz ( Rm 5.1). Toda inimizade causada pelo pecado é removida, nossos pecados são perdoados em Jesus. Essa prosperidade do evangelho terá seu momento máximo nos novos céus e nova terra de onde se diz: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram (Ap 21.4).
Nenhum de nós deve-se se iludir com as falsas promessas do moderno evangelho da prosperidade, porque a verdadeira prosperidade é ser achado em Cristo no grande dia do juízo final, pois, somente esses que estão em Cristo terão a prosperidade celestial. Ao invés de buscar esse pão que perece devemos buscar a comida que subsiste para a vida eterna, a qual Jesus tem prá dá (Jo.6.27). Na verdade o nosso Senhor Jesus proíbe aos seus seguidores anadrem ansiosos por qualquer coisa desta vida, até mesmo as coisas básicas da vida como comida e vestimentas pois assim ele diz: "Portanto, não vos inquieteis, dizendo: que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? (Mt.6.32) . Ele consola os seus discípulos dizendo:"...Vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt.632-33).

Guardem as palavras de Jesus: Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfrçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores" (Mt.7.15)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL


Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil
Alderi Souza de Matos
Atualmente existem no Brasil várias denominações de origem reformada ou calvinista. Entre elas incluem-se a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, a Igreja Presbiteriana Conservadora, a Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e algumas igrejas criadas por imigrantes vindos da Europa continental, tais como suíços, holandeses e húngaros. No entanto, a maior e mais antiga denominação reformada do país é a Igreja Presbiteriana do Brasil. Todavia, convém lembrar que já nos primeiros séculos da história do Brasil houve a presença de calvinistas no país.
1. Primórdios do movimento reformado no Brasil
1.1 A França AntárticaOs primeiros calvinistas chegaram ao Brasil ainda no começo da sua história. No final de 1555, um grupo de franceses liderados por Nicolas Durand de Villegaignon instalou-se em uma das ilhas da baía de Guanabara. Um ano e meio mais tarde, chegou à “França Antártica” um grupo de colonos e pastores reformados enviados pelo próprio João Calvino, em resposta a um pedido de Villegaignon. No dia 10 de março de 1557 esses evangélicos realizaram o primeiro culto protestante do Brasil e possivelmente do Novo Mundo. Eventualmente, surgiram desavenças teológicas entre Villegaignon e os calvinistas. Cinco deles foram presos e forçados a escrever uma declaração de suas convicções. O resultado foi a bela “Confissão de Fé da Guanabara.” Com base nessa declaração, três dos calvinistas foram executados e outro foi poupado por ser o único alfaiate da colônia. O quinto autor da confissão de fé, Jacques le Baleur, conseguiu fugir, mas eventualmente foi preso e mais tarde enforcado. Dentre os que conseguiram retornar para a França estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde tornou-se pastor e escreveu a célebre obra Viagem à Terra do Brasil (1578). 1.2 O Brasil holandêsA próxima tentativa de introdução do calvinismo no Brasil ocorreu em meados do século XVII através dos holandeses. No contexto da guerra contra a Espanha, a Companhia das Índias Ocidentais ocupou o nordeste brasileiro por vinte e quatro anos (1630-1654). O mais famoso governante do Brasil holandês foi o príncipe João Maurício de Nassau-Siegen, que aqui esteve apenas sete anos (1637-1644). Embora os residentes católicos e judeus tenham gozado de tolerância religiosa, a igreja oficial da colônia era a Igreja Reformada da Holanda, que realizou uma grande obra pastoral e missionária. Ao longo dos anos foram criadas 22 igrejas e congregações, dois presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Além da assistência aos colonos europeus, a igreja reformada fez um notável trabalho missionário junto aos indígenas. Ao lado da pregação e ensino, houve a preparação de um catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução das Escrituras e a ordenação de pastores indígenas, o que não chegou a efetivar-se. Com a expulsão dos holandeses, as igrejas nativas vieram a extinguir-se e por um século e meio desapareceram os vestígios do calvinismo no Brasil.1.3 O protestantismo de imigraçãoO protestantismo em geral e o presbiterianismo em particular só puderam estabelecer-se definitivamente no Brasil após a chegada da família real, em 1808. Em 1810, Portugal e a Inglaterra firmaram um Tratado de Comércio e Navegação cujo artigo XII pela primeira vez em nossa história concedeu liberdade religiosa aos imigrantes protestantes. Logo, muitos deles começaram a chegar de diversas regiões da Europa, inclusive reformados franceses, suíços e alemães. Em 1827, por iniciativa do cônsul da Prússia, foi fundada no Rio de Janeiro a Comunidade Protestante Alemã-Francesa, congregando luteranos e calvinistas.

Durante várias décadas, o calvinismo ficou restrito às comunidades imigrantes, sem atingir os brasileiros. Os poucos pastores reformados ou presbiterianos que por aqui passaram restringiram suas atividades religiosas aos estrangeiros. Tal foi o caso do Rev. James Cooley Fletcher, um pastor presbiteriano norte-americano que teve uma longa e frutífera ligação com o Brasil a partir de 1851. Ele deu assistência religiosa a marinheiros e imigrantes europeus, procurou aproximar o Brasil e os Estados Unidos nas áreas diplomática, comercial e cultural e escreveu o livro O Brasil e os Brasileiros, publicado em 1857. Através de seus contatos com políticos e intelectuais brasileiros, Fletcher contribuiu indiretamente para a introdução do protestantismo no Brasil. Foi por sua sugestão que o missionário congregacional inglês Robert Reid Kalley veio para o Brasil em 1855. Finalmente, o presbiterianismo foi implantado entre os brasileiros pelo Rev. Ashbel Green Simonton, que aqui chegou em 1859.2. História da Igreja Presbiteriana do Brasil A história da Igreja Presbiteriana do Brasil divide-se em alguns períodos bem definidos.2.1 Implantação (1859-1869)O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou no Colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Alcançado por um reavivamento em 1855, fez a sua profissão de fé e pouco depois ingressou no Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu professor, o famoso teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de sua preferência. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.

Em abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português. Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).

Os principais colaboradores de Simonton nesse período foram seu cunhado Alexander L. Blackford, que em 1865 organizou as Igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que trabalhou entre os imigrantes alemães em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi missionário na Bahia; e George W. Chamberlain, grande evangelista e operoso pastor da Igreja de São Paulo. Os quatro únicos estudantes do “seminário primitivo” foram eficientes pastores: Antonio Bandeira Trajano, Miguel Gonçalves Torres, Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa e Antonio Pedro de Cerqueira Leite.

Outras poucas igrejas organizadas no primeiro decênio foram as de Lorena, Borda da Mata (Pouso Alegre) e Sorocaba. O homem que mais contribuiu para a criação dessas e outras igrejas foi o notável Rev. José Manoel da Conceição (1822-1873), um ex-sacerdote que se tornou o primeiro brasileiro a ser ordenado ministro do evangelho (1865). Conceição visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do Paraíba e sul de Minas, pregando o evangelho da graça.2.2 Consolidação (1869-1888)Simonton e seus companheiros eram todos da Igreja Presbiteriana do norte dos Estados Unidos (PCUSA). Em 1869 chegaram os primeiros missionários da igreja do sul (PCUS): George Nash Morton e Edward Lane. Eles fixaram-se em Campinas, região onde residiam muitas famílias norte-americanas que vieram para o Brasil após a Guerra Civil no seu país (1861-1865). Em 1870, Morton e Lane fundaram a igreja de Campinas e em 1873 o famoso, porém efêmero, Colégio Internacional. Os missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de Minas, o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. O pioneiro em várias dessas regiões foi o incansável Rev. John Boyle, falecido em 1892.

Os obreiros da PCUS também foram os pioneiros presbiterianos no nordeste e norte do Brasil (de Alagoas até a Amazônia). Os principais foram John Rockwell Smith, fundador da igreja do Recife (1878); DeLacey Wardlaw, pioneiro em Fortaleza; e o Dr. George W. Butler, o “médico amado” de Pernambuco. O mais conhecido dentre os primeiros pastores brasileiros do nordeste foi o Rev. Belmiro de Araújo César, patriarca de uma grande família presbiteriana.

Enquanto isso, os missionários da Igreja do norte dos Estados Unidos, auxiliados por novos colegas, davam continuidade ao seu trabalho. Seus principais campos eram Bahia e Sergipe, onde atuou, além de Schneider e Blackford, o Rev. John Benjamin Kolb; Rio de Janeiro, que inaugurou seu templo em 1874, e Nova Friburgo, onde trabalhou o Rev. John M. Kyle; Paraná, cujos pioneiros foram Robert Lenington e George A. Landes; e especialmente São Paulo. Na capital paulista, o casal Chamberlain fundou em 1870 a Escola Americana, que mais tarde veio a ser o Mackenzie College, dirigido pelo educador Horace Manley Lane. No interior da província destacou-se o Rev. João Fernandes Dagama, português da Ilha da Madeira. No Rio Grande do Sul, trabalhou por algum tempo o Rev. Emanuel Vanorden, um judeu holandês.

Entre os novos pastores “nacionais” desse período estavam Eduardo Carlos Pereira, José Zacarias de Miranda, Manuel Antônio de Menezes, Delfino dos Anjos Teixeira, João Ribeiro de Carvalho Braga e Caetano Nogueira Júnior. As duas igrejas norte-americanas também enviaram ao Brasil algumas notáveis missionárias educadoras como Mary Parker Dascomb, Elmira Kuhl, Nannie Henderson e Charlotte Kemper. 2.3 Dissensão (1888-1903)Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, que assim tornou-se autônoma, desligando-se das igrejas-mães norte-americanas. O Sínodo compunha-se de três presbitérios (Rio de Janeiro, Campinas-Oeste de Minas e Pernambuco) e tinha vinte missionários, doze pastores nacionais e cerca de 60 igrejas. O primeiro moderador foi o veterano Rev. Blackford. O Sínodo criou o Seminário Presbiteriano, elegeu seus dois primeiros professores e dividiu o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas em dois: São Paulo e Minas.

Nesse período a denominação expandiu-se grandemente, com muitos novos missionários, pastores brasileiros e igrejas locais. O Seminário começou a funcionar em Nova Friburgo no final de 1892 e no início de 1895 transferiu-se para São Paulo, tendo à frente o Rev. John Rockwell Smith. O Mackenzie College ou Colégio Protestante foi criado em 1891, sendo seu primeiro presidente o Dr. Horace Manley Lane. Por causa da febre amarela, o Colégio Internacional foi transferido de Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon, numa homenagem ao seu grande líder, o Rev. Samuel R. Gammon (1865-1928).

A primeira escola evangélica do nordeste foi o Colégio Americano de Natal (1895), fundado por Katherine H. Porter, esposa do Rev. William C. Porter. Na mesma época, a cidade de Garanhuns começou a tornar-se um grande centro da obra presbiteriana. Além do trabalho evangelístico, foram lançadas as bases de duas importantes instituições educacionais: o Colégio Quinze de Novembro e o Seminário do Norte, hoje sediado em Recife. No final desse período, além de estar presente em todos os estados do nordeste, a Igreja Presbiteriana chegou ao Pará e ao Amazonas.

No sul, foi iniciada a obra presbiteriana em Santa Catarina (São Francisco do Sul e Florianópolis). A igreja também iniciou a sua marcha vitoriosa no leste de Minas. O primeiro obreiro a residir em Alto Jequitibá foi o Rev. Matatias Gomes dos Santos (1901). As igrejas de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a ser pastoreadas por dois grandes líderes, respectivamente Eduardo Carlos Pereira (1888) e Álvaro Emídio G. dos Reis (1897).

Infelizmente, os progressos desse período foram em parte ofuscados por uma grave crise que se abateu sobre a vida da igreja. Inicialmente, surgiu uma diferença de prioridades entre o Sínodo e a Junta de Missões de Nova York. O Sínodo queria apoio para a obra evangelística e para instalar o Seminário, ao passo que a Junta preferiu dar ênfase à obra educacional, principalmente através do Mackenzie College. Paralelamente, surgiram desentendimentos entre o pastor da Igreja Presbiteriana de São Paulo, Rev. Eduardo Carlos Pereira, e os líderes do Mackenzie, Horace M. Lane e William A. Waddell.

Com o passar do tempo, o Rev. Eduardo C. Pereira passou a tornar-se mais radical em suas posições, perdendo o apoio até mesmo de muitos dos seus colegas brasileiros. Como uma alternativa ao jornal do Rev. Eduardo, O Estandarte, o Rev. Álvaro Reis criou O Puritano em 1899. Em 1900 foi organizada a Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo, que resultou da fusão de duas igrejas formadas por pessoas que haviam saído da igreja do Rev. Eduardo. Na mesma época, um novo problema veio complicar ainda mais a situação: o debate acerca da maçonaria.

Em março de 1902, Eduardo C. Pereira e seus partidários começaram a divulgar a sua Plataforma, com cinco tópicos sobre as questões missionária, educativa e maçônica. Após pouco mais de um ano de debates acalorados, a crise chegou ao seu lamentável desfecho em 31 de julho de 1903, durante a reunião do Sínodo. Após serem derrotados em suas propostas, Eduardo Carlos Pereira e seus colegas desligaram-se do Sínodo e formaram a Igreja Presbiteriana Independente.2.4 Reconstituição (1903-1917)No início de agosto de 1903, os independentes organizaram o seu presbitério, com quinze presbíteros e sete pastores (Eduardo C. Pereira, Caetano Nogueira Jr., Bento Ferraz, Ernesto Luiz de Oliveira, Otoniel Mota, Alfredo Borges Teixeira e Vicente Temudo Lessa). Seguiu-se um triste período de divisões de comunidades, luta pela posse de propriedades, litígios judiciais. Uma pastoral do Presbitério Independente chegou a vedar aos sinodais a Ceia do Senhor. O período mais conflitivo estendeu-se até 1906. Nessa época, o Sínodo contava com 77 igrejas e cerca de 6500 membros; em 1907, os independentes tinham 56 igrejas e 4200 comungantes.

O prédio do seminário, no bairro Higienópolis, foi ocupado sem solenidade em setembro de 1899. Os principais professores eram os Revs. John R. Smith e Erasmo Braga (este a partir de 1901); o membro mais destacado da diretoria era o Rev. Álvaro Reis. Em fevereiro de 1907, o seminário foi transferido para Campinas, ocupando a antiga propriedade do Colégio Internacional. A primeira turma de Campinas só se formou em 1912. Entre os formandos estavam Tancredo Costa, Herculano de Gouvêa Jr., Miguel Rizzo Jr. e Paschoal Luiz Pitta. Mais tarde viriam Guilherme Kerr, Jorge T. Goulart, Galdino Moreira e José Carlos Nogueira.

A obra presbiteriana crescia em muitos lugares. A primeira cidade atingida no Leste de Minas foi Alto Jequitibá (Manhuaçu) e no Espírito Santo, São José do Calçado. Os primeiros pastores daqueles campos foram Matatias Gomes dos Santos, Aníbal Nora, Constâncio Omero Omegna e Samuel Barbosa. No Vale do Ribeira, o dinâmico evangelista Willes Roberto Banks continuava em atividade. A família Vassão daria grandes contribuições à igreja.

Em 1907, o Sínodo dividiu-se em dois (Norte e Sul) e em 1910 foi organizada a Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana do Brasil. O moderador do último sínodo e instalador da Assembléia Geral foi o veterano Modesto Carvalhosa, ordenado 40 anos antes. A Assembléia Geral foi instalada na Igreja do Rio de Janeiro e o Rev. Álvaro Reis foi eleito seu primeiro moderador. Os conciliares visitaram a Ilha de Villegaignon para lembrar os mártires calvinistas e comemorar o quarto centenário do nascimento de Calvino. Na época, a Igreja Presbiteriana do Brasil tinha 10 mil membros comungantes, outro tanto de menores e cerca de 150 igrejas em sete presbitérios. As demais denominações tinham os seguintes números – metodistas: 6 mil membros; independentes: 5 mil; batistas: 5 mil; e episcopais: cerca de mil. Em 1911, a IPB enviou a Portugal o seu primeiro missionário, Rev. João da Mota Sobrinho, que lá permaneceu até 1922.

Os missionários americanos continuavam em plena atividade. Devido a divergências quanto ao lugar da educação na obra missionária, a Missão Sul da PCUS dividiu-se em duas: Missão Leste (Lavras) e Missão Oeste (Campinas). O Rev. William Waddell fundou uma influente escola em Ponte Nova, Bahia. Pierce, um filho de Chamberlain, trabalhou na Bahia de 1899 a 1909. A obra presbiteriana no Mato Grosso começou nesse período: os pioneiros foram os missionários Franklin Graham (1913) e Filipe Landes (1915).

Em 1917, foi aprovado o Modus Operandi, um acordo entre a igreja brasileira e as missões norte-americanas pelo qual os missionários desligaram-se dos concílios da IPB, separando-se os campos nacionais (presbitérios) dos campos das missões. Em 1924, a Assembléia Geral reuniu-se pela primeira sem qualquer missionário como delegado de presbitério. 2.5 Cooperação (1917-1932)O maior líder presbiteriano desse período foi o Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932), professor do Seminário e secretário da Assembléia Geral. Em 1916, participou com dois colegas do Congresso de Ação Cristã na América Latina, no Panamá. Poucos anos depois, tornou-se o dinâmico secretário da Comissão Brasileira de Cooperação, entidade que liderou um grande esforço cooperativo entre as igrejas evangélicas do Brasil na década de 1920. As principais áreas de cooperação foram literatura, educação cristã e educação teológica. Foi fundado no Rio de Janeiro o Seminário Unido, que existiu até 1932.

Outros esforços cooperativos desse período foram: (1) Instituto José Manoel da Conceição, fundado pelo Rev. William A. Waddell na cidade de Jandira, perto de São Paulo (1928); visava preparar os jovens que depois seguiriam para o seminário. (2) Associação Evangélica de Catequese dos Índios (1928), depois Missão Evangélica Caiuá: idealizada pelo Rev. Albert S. Maxwell e instalada em Dourados, Mato Grosso, num esforço cooperativo das igrejas presbiteriana, independente, metodista e episcopal.

O Seminário de Campinas correu o risco de ser extinto por causa do Seminário Unido, mas finalmente superou a crise. Em 1921, o Seminário do Norte foi transferido para o Recife. As principais instituições educacionais das missões eram o Colégio Agnes Erskine, em Recife; Colégio 15 de Novembro (Garanhuns); Escola de Ponte Nova (Bahia); Colégio 2 de Julho (Salvador); Instituto Gammon (Lavras); Instituto Cristão (Castro) e principalmente o Mackenzie College. Os principais periódicos presbiterianos eram O Puritano e o Norte Evangélico.

Em 1924, a Assembléia Geral encerrou o trabalho missionário em Lisboa. No mesmo ano, Erasmo Braga e alguns amigos fundaram a Sociedade Missionária Brasileira de Evangelização em Portugal, que enviou para aquele país o Rev. Paschoal Luiz Pitta e sua esposa Odete. O casal ali esteve por quinze anos (1925-1940), regressando ao Brasil devido à constante falta de recursos.

Em 1921, morreu o Rev. Antonio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a primeira geração de obreiros presbiterianos no Brasil, os da década de 1860. Outros obreiros falecidos nesse período foram: Eduardo Carlos Pereira (1923), Álvaro Reis (1925), Carlota Kemper (1927), Samuel Gammon (1928) e Erasmo Braga (1932). Além do seu trabalho na área religiosa, vários dos pioneiros presbiterianos deram valiosa contribuição de ordem intelectual e literária. Alguns autores e os livros que os celebrizaram são os seguintes: Modesto Carvalhosa (Escrituração Mercantil), Antonio Trajano (Álgebra Elementar), Eduardo C. Pereira (Gramática Expositiva), Otoniel Motta (O Meu Idioma) e Erasmo Braga (Série Braga).2.6 Organização (1932-1959)

Nas décadas de 1930 a 1950, a IPB continuou a crescer e a aperfeiçoar a sua estrutura, criando entidades voltadas para o trabalho feminino, mocidade, missões nacionais e estrangeiras, literatura e ação social. O período terminou com a comemoração do centenário do presbiterianismo no Brasil.

Nessa época, a igreja era constituída dos seguintes sínodos: (1) Setentrional: estendia-se de Alagoas até a Amazônia, estando o maior número de igrejas no Estado de Pernambuco; (2) Bahia-Sergipe: criado em 1950, quando o Presbitério Bahia-Sergipe, antigo campo da Missão Central, dividiu-se nos presbitérios de Salvador, Campo Formoso e Itabuna; (3) Minas-Espírito Santo: surgiu em 1946, abrangendo o leste de Minas e o Espírito Santo, a região de maior crescimento da igreja; (4) Central: formado em 1928, incluía o Estado do Rio de Janeiro, bem como o sul e o oeste de Minas Gerais; (5) Meridional: sínodo histórico (1910-47), abrangia São Paulo, Paraná e Santa Catarina; (6) Oeste do Brasil: foi formado em 1947, abrangendo todo o norte e oeste de São Paulo. No final da década de 50, foram entregues pelas missões os Presbitérios do Triângulo Mineiro, Goiás e Cuiabá.

Nesse período, as missões norte-americanas continuaram o seu trabalho: (1) PCUS: (a) Missão Norte: atuou no nordeste, onde o principal obreiro foi o Rev. William Calvin Porter (†1939); o campo mais importante era o de Garanhuns, onde estavam o Colégio 15 de Novembro e o jornal Norte Evangélico; (b) Missão Leste: atuou no oeste de Minas e depois em Dourados, Mato Grosso, cuja igreja foi organizada em 1951. (c) Missão Oeste: concentrou-se mais no Triângulo Mineiro, onde o casal Edward e Mary Lane fundou em 1933 o Instituto Bíblico de Patrocínio. (2) PCUSA: (a) Missão Central: seus principais campos eram Ponte Nova/Itacira, a bacia do Rio São Francisco, o sul da Bahia e o norte de Minas; (b) Missão Sul: atuou no Paraná e Santa Catariana, fundindo-se com a Missão Central por volta de 1937. O Rev. Filipe Landes foi grande evangelista no Mato Grosso (norte e sul). Em Rio Verde, Goiás, atuou o Rev. Dr. Donald Gordon, que fundou um importante hospital.

Trabalho feminino: as primeiras sociedades de senhoras surgiram em 1884-85 e as primeiras federações, na década de 1920. Os primeiros secretários gerais do trabalho feminino foram o Rev. Jorge T. Goulart e as sras. Genoveva Marchant, Blanche Lício, Cecília Siqueira e Nady Werner. O primeiro congresso nacional reuniu-se na I. P. Riachuelo, no Rio de Janeiro, em 1941; o segundo congresso realizou-se também no Rio em 1954. A SAF em Revista foi criada em 1954.

Mocidade: algumas entidades precursoras foram a Associação Cristã de Moços (Myron Clark), o Esforço Cristão (Clara Hough) e a União Cristã de Estudantes do Brasil (Eduardo P. Magalhães). Benjamim Moraes Filho foi o primeiro secretário do trabalho da mocidade, em 1938. O primeiro congresso nacional reuniu-se em Jacarepaguá em 1946, quando foi criada a confederação. Entre os líderes da época estavam Francisco Alves, Jorge César Mota, Paulo César, Waldo César, Tércio Emerique, Gutemberg de Campos, Paulo Rizzo e Billy Gammon.

Missões Nacionais: em 1940 foi organizada na I. P. Unida a Junta Mista de Missões Nacionais, com representantes da IPB e das missões norte-americanas. Entre os primeiros líderes estavam Coriolano de Assunção, Guilherme Kerr, Filipe Landes, Eduardo Lane, José Carlos Nogueira e Wilson N. Lício. Até 1958, a Junta ocupou quinze regiões em todo o Brasil, com cerca de 150 locais de pregação. Em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana da Amazônia.

Missão em Portugal: os primeiros obreiros foram João da Mota Sobrinho (1911-1922) e Paschoal Luiz Pitta (1925-1940). Em 1944 a IPB assumiu o trabalho e foi criada a Junta de Missões Estrangeiras, com o apoio das igrejas norte-americanas. Os primeiros missionários foram Natanael Emerique, Aureliano Lino Pires, Natanael Beuttenmuller e Teófilo Carnier.

Outras organizações: (a) Casa Editora: começou a ser organizada em 1945, no início da Campanha do Centenário, sob a liderança do Rev. Boanerges Ribeiro. A primeira sede foi instalada em dependências cedidas pela I. P. Unida, na Rua Helvetia. (b) Orfanatos: em 1910, a Assembléia Geral planejou um orfanato para Lavras; em 1919, passou a funcionar em Valença, e em 1929 veio a ocupar uma propriedade da I. P. de Copacabana em Jacarepaguá. O orfanato foi denominado Instituto Álvaro Reis. (c) Conselho Interpresbiteriano (CIP): foi criado em 1955 para superintender as relações da IPB com as missões e as juntas missionárias dos Estados Unidos. Tinha mais autoridade que o “modus operandi” de 1917.

Outras igrejas: (a) Igreja Presbiteriana Independente: em 1957, foi criado o Supremo Concílio, com três sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas, 105 pastores e cerca de 30 mil membros comungantes; O Estandarte continuou a ser o jornal oficial. No final dos anos 30 houve um conflito teológico. Em 1942, um grupo de intelectuais liberais (entre os quais o Rev. Eduardo P. Magalhães) retirou-se da IPI e formou a Igreja Cristã de São Paulo. (b) Igreja Presbiteriana Conservadora: foi fundada em 1940 pelos membros da Liga Conservadora da IPI. Em 1957, contava com mais de vinte igrejas em quatro estados e tinha um seminário. Seu órgão oficial é O Presbiteriano Conservador. (c) Igreja Presbiteriana Fundamentalista: foi fundada em 1956 pelo Rev. Israel Gueiros, pastor da 1ª I. P. de Recife e ligado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs (do líder fundamentalista norte-americano Carl McIntire).

Neste período, a IPB participou de vários movimentos cooperativos: Associação Evangélica Beneficente (fundada por Otoniel Mota em 1928), Associação Cristã de Beneficência Ebenézer (dirigida pelo Dr. Benjamin Hunnicutt), Missão Evangélica Caiuá, Instituto José Manoel da Conceição, Confederação Evangélica do Brasil (fundada em 1934), Sociedade Bíblica do Brasil, Centro Áudio-Visual Evangélico (CAVE, fundado em 1951) e Universidade Mackenzie, que seria transferida à IPB no início dos anos 60.

Constituição da IPB: em 1924, foram aprovadas pequenas modificações no antigo Livro de Ordem adotado quando da criação do Sínodo, em 1888. Em 1937, entrou em vigor a nova Constituição da Igreja (os independentes haviam aprovado a sua três anos antes), sendo criado o Supremo Concílio. Houve protestos do norte contra alguns pontos: diaconato para ambos os sexos, “confirmação” em vez de “profissão de fé” e o nome “Igreja Cristã Presbiteriana”. Em 1950, foi promulgada uma nova Constituição e no ano seguinte o Código de Disciplina e os Princípios de Liturgia.

Estatística: em 1957, a IPB contava com seis sínodos, 41 presbitérios, 489 igrejas, 883 congregações, 369 ministros, 127 candidatos ao ministério, 89.741 membros comungantes e 71.650 não-comungantes. Os primeiros presidentes do Supremo Concílio foram os Revs. Guilherme Kerr, José Carlos Nogueira, Natanael Cortez, Benjamim Moraes Filho e José Borges dos Santos Júnior.

A Campanha do Centenário foi lançada em 1946, tendo como objetivos: avivamento espiritual, expansão numérica, consolidação das instituições da igreja, afirmação da fé reformada e homenagem aos pioneiros. A Comissão Central do Centenário, organizada em 1948, enfrentou muitas dificuldades. Após 1950, a campanha ganhou ímpeto. A Comissão Unida do Centenário (IPB, IPI e Igreja Reformada Húngara) planejou uma grande campanha evangelística com a participação de Edwyn Orr e William Dunlap, que se estendeu por todo o país em 1952. Outras medidas foram a criação do Museu Presbiteriano, do Seminário do Centenário e do jornal Brasil Presbiteriano, resultante da fusão de O Puritano e Norte Evangélico (1958). A 18ª Assembléia da Aliança Presbiteriana Mundial reuniu-se em São Paulo de 27 de julho a 6 de agosto de 1959. O lema do centenário foi: “Um ano de gratidão por um século de bênçãos”.

domingo, 21 de junho de 2009

ESTATÍSTICA


OITO VEZES MAIS LUTERANOS NA ÁFRICA DO QUE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE


Há mais luteranos na África ( 8,5 milhões) do que na América Latina e Caríbe ( 1,1 milhão). A Europa, onde aconteceu a reforma que deu origem à Igreja Luterana na primeira metade do século XVI, ainda detém o maior número ( 37,1 milhões ). De acordo com a Federação Luterana Mundial, que reúne 140 igrejas-membros, o número atual de fiéis chega a perto de 72 milhões, incluindo todas as comunidades luteranas. O quanto se saiba, o primeiro Luterano a vir para o Brasil chamava-se Heliodor Eobano, era filho de um amigo de Lutero e desembarcou em São Vicente, litoral de são Paulo, em 1532.

ESTATÍSTICA

OS PAÍSES MAIS CATÓLICOS DO MUNDO
Em números relativos, os cinco países mais católicos são:
1. Brasil 157,8 milhões;
2. México 96,3 milhões;
3. Filipinas 70,5 milhões;
4. Estados Unidos 65,5 milhões;
5. Itália 56,4 milhões;
Em porcentagem, a ordem é outra: Polônia (96,1%), Itália (95,9%), Espanha (94,2%), Argentina (92,3%)e México (91,9%). O Brasil fica em nono lugar (com 84,5%), logo depois da Colômbia, do Peru e do Equador. O maior número de sacerdotes católicos está na Itália ( 50.854 ), nos Estados Unidos ( 4.728), n aPlonia ( 28.976, na espanha ( 25.705) e na Índia ( 23.408). (Fonte Internacional Bulletin of Missionary Research, janeiro de 2009. Revista Ultimato)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Resumo do Vídeo

Premissas da Psicologia
1. O homem é intrisicamente bom;
2. O problema não está no homem, mas, fora dele;
3 A solução é trabalhar o "EGO" ( Auto -estima, amor -próprio, auto-imagem...);

Afirmações da Bíblia

1. O homem não é bom ( Romanos 3.23);
2. O problema está no homem ( Marcos 7.21-23);
3. O "EGO" é o maior problema do homem ( II Timóteo ;
4. A reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo é o único meio pelo qual o homem pode resolver seus problemas ( mentais, emocionais e comportamentais relacionados ao pecado)

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domingo, 10 de maio de 2009

CURIOSIDADES SOBRE A BÍBLIA!


1. Bíblias impressas: A invenção da imprensa, de tipos móveis, por João Gutemberg, 1454 d.C. barateou e tornou abundantes as Escrituras, ao mesmo tempo que promoveu grandemente a circulação e a influência delas entre o povo. Antes, uma bíblia custava o que uma pessoa ganhava de salário durante um ano. O primeir livro impresso por Gutemberg foi a bíblia. Um dos exemplares encontra-se na Biblioteca do Congresso, em Washington, pelo qual se pagou o preço de 350,000 dólares.

2. A Bíblia do Padre João Wyclif. Em 1382 d.C. Foi a primeira bíblia em inglês ( Parte do Novo Testamento), traduzida da Vulgata (Latim). Só existia manuscrita. Foi um dos principais fatores que abriram caminho para REFORMA. O papa excomungou Wyclif mesmo depois de morto, seus ossos foram queimados e as cinzas lanças no rio.

3. A Bíblia de Tyndale. Em 1525. Traduzida dos originais grego e hebráico. Mais exata do que a de Wyclif. Impressa clandestinamente. Por haver traduzido em língua do povo Tyndale foi queimado vivo por ordem do clero em 06 de outubro de 1536.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ashbel Green Simonton (1859-1869)


O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou no Colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Influenciado por um reavivamento em 1855, fez a sua profissão de fé e, pouco depois, ingressou no Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu professor, o famoso teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de sua preferência. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade. Em abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português. Em janeiro de 1862, recebeu os primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido três anos antes).
Dr Alderi de Matos historiador da IPB

Razões Por Que os Crentes não Precisam Ficar com Medo

John Piper

Na bíblia, centenas de vezes somos instruídos a não ficar com medo. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus” (Is 41.10). Quando somos jovens, facilmente ficamos amedrontados, embora tenhamos pouco conhecimento daquilo que nos pode fazer mal. Quando nos tornamos mais velhos, o nosso conhecimento dos riscos e perigos aumenta. Deveria o nosso medo aumentar? Alguém pode responder “não”, porque nos tornamos mais sábios e capazes de evitar o perigo e de esquivar-nos dos riscos e sobrepujar os assaltos.No entanto, existem razões melhores para não deixarmos nosso medo crescer. Não é por que nos tornamos mais espertos e capazes de evitar o perigo, e sim por que, pela fé em Cristo Jesus, nos tornamos mais confiantes de que Deus cuidará de nós da maneira que Ele achar melhor. Isto não garante segurança ou conforto nesta vida. Mas garante regozijo eterno, quando confiamos nEle. Confiar em Deus, por meio de Jesus Cristo, é a chave para a ausência de temor. E as promessas de Deus são a chave que nos liberta do cárcere do temor. Então, considere estas promessas e seja corajoso.1. Não morreremos sem o consentimento do gracioso decreto de Deus para seus filhos.Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo (Tg 4.15).Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais (Mt 10.29-31).Vede, agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão (Dt 32.39). (Veja também Jó 1.21; 1 Sm 2.6; 2 Rs 5.7).2. Maldições e feitiços não atingem o povo de Deus.Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel (Nm 23.23).3. Os planos de terroristas e nações hostis não se concretizam sem a permissão de nosso Deus gracioso.O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos (Sl 33.10).Forjai projetos, e eles serão frustrados; dai ordens, e elas não serão cumpridas, porque Deus é conosco (Is 8.10).(Veja também 2 Sm 7.14; Ne 4.15.)4. Os homens não podem injuriar-nos além da graciosa vontade de Deus para nós.O Senhor está comigo; não temerei. Que me poderá fazer o homem? (Sl 118.6.)Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem? (Sl 56.11.)5. Deus promete proteger os seus filhos de tudo o que não for para o seu bem.Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome (Sl 91.14).6. Deus promete nos dar tudo o que é necessário para Lhe obedecermos, para desfrutarmos dEle e honrá-Lo para sempre.Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?... vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.31-33).7. Deus nunca diminui sua vigilância.É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel (Sl 121.4).8. Deus estará conosco, nos ajudará e sustentará em aflições.Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel (Is 41.10).Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo (Is 41.13).9. Terrores virão, alguns de nós morreremos, mas não se perderá nem um fio de nossos cabelos. Jesus “lhes disse... haverá... coisas espantosas e também grandes sinais do céu... Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça” (Lc 21.10,11,18).10. Nada acontece aos filhos de Deus fora do tempo designado.Então, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora (Jo 7.30).(Veja também Jo 8.20, 10.18.)11. Quando o Deus Altíssimo é o nosso auxílio, ninguém pode fazer-nos mal além do que Ele decreta.Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem? (Hb 13.6.)Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31).12. A fidelidade de Deus está fundamentada no poderoso valor de seu nome, e não em nossa pequena medida de obediência.Então, disse Samuel ao povo: Não temais; tendes cometido todo este mal.... Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo (1 Sm 12.20-22).13. O Senhor, nosso protetor, é grande e temível.Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível (Ne 4.14).
Extraído do livro:

Penetrado pela PalavraJohn Piper

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